Charles Gavin revela bastidores de sua preparação para turnê de reencontro dos Titãs na Rio Innovation Week
- Arthur Líbero
- 15 de ago.
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Por Arthur Líbero
O baterista Charles Gavin foi um dos convidados da mesa “Muito além do Esporte”, na tarde da quarta-feira, 13 de agosto, que contou com a participação das apresentadoras do podcast de mesmo nome apresentado pelas jornalistas esportivas Maria Clara Salgado e Carol Barcelos. O encontro aconteceu no espaço Music Forward, o palco dedicado a falar sobre assuntos relacionados ao mundo da música.
O “Muito Além do Esporte” foi criado pelas apresentadoras em 2025 com o objetivo de mostrar um outro lado das comunicadoras que tem suas imagens atreladas ao universo dos esportes. Durante o programa, elas trazem alguns convidados que falam sobre diversos temas além do esporte, mas sem esse ser o tema central. A mesma coisa aconteceu na mesa que as duas mediaram com Charles Gavin, ex-baterista da banda Titãs.

Charles Gavin entrou no Titãs no ano de 1985, substituindo o baterista André Jung e já emendou na gravação do segundo álbum do grupo, “Televisão”. Antes disso, ele já esteve em outras banda que anos depois ganhariam bastante sucesso, como o Ira! e RPM. Durante a mesa, o músico falou bastante sobre um dos momentos mais marcantes de sua carreira recente, que foi o reencontro da banda para celebrar 40 anos de estrada. A turnê “Titãs Encontro” passou pelas principais cidades do país e lotou arenas e estádios com fãs que assistiram um show que durava quase 2h30 com um repertório que reunia os maiores sucessos do grupo, como “Polícia”, “Cabeça Dinossauro”, “Fome”, “Epitáfio”, “Televisão”, “Família”, “Os Cegos do Castelo”, entre outros.

A preparação para retornar aos palcos
Durante sua fala, Charles falou sobre a preparação física que precisou ter para voltar aos palcos como baterista e encarar uma agenda de shows, “tive que fazer um treinamento igual um atleta. Fui para minha nutricionista e ela me disse que estava me preparando para a minha ‘copa do mundo’”.
Foi durante a explicação sobre seu preparo físico para retornar aos palcos que Charles explicou a importância do treinamento físico para os bateristas e músicos que estão em turnê com uma banda de rock. “As pessoas acham que só os atletas precisam treinar, mas os bateristas precisam treinar diariamente para poderem estar dispostos em todos os shows”, explicou ele e ainda citou Eloy Casagrande, o ex-baterista da banda Sepultura e atual baterista da banda norte-americana de metal, Slipknot, “aquele cara precisa treinar muito e regularmente para tocar tão bem e com tanta potência”
Além do preparo físico, o baterista também explicou que é preciso um preparo mental para conseguir estar diante de uma grande plateia que, às vezes, pode ser até dentro de um estádio de futebol, mas ele brinca dizendo que os problemas do cotidiano não saem da cabeça nem mesmo nesses momentos, “às vezes quando estou no palco eu penso, ‘será que eu já paguei aquela conta?’”.
A agenda atribulada de shows
O baterista também ressaltou que a agenda de shows na vida dos artistas é algo que sai do controle. “No início, você tem autonomia sobre a sua agenda, mas depois é a agenda que tem autonomia sobre você”, disse ele, que ainda citou um episódio curioso de quando precisou perder uma apresentação da banda The Police no Rio de Janeiro devido a um show, “o The Police estava voltando e iam fazer show no Maracanã. Ia até ser transmitido na televisão e eu fiquei muito irritado porque eu perdi esse show já que, no mesmo dia, os Titãs tinham que se apresentar em Vitória. Eu até fiquei com raiva e pensei ‘por que vocês não estão em casa assistindo o The Police?’
As camisas de futebol
A relação de Charles Gavin com o esporte sempre foi perceptível. Até o ano de 2010, quando precisou deixar os Titãs por questões pessoais, o músico aderiu a uma tradição própria de subir no palco com uma camisa de um clube de futebol da cidade em que a banda estava tocando.
Em 2023, durante a turnê de reencontro dos Titãs, Charles voltou a sua antiga tradição, mas acabou passando por uma situação inusitada e revelou que foi impedido de usar uma camisa do clube Juventus durante a apresentação em São Paulo. Acontece que a apresentação aconteceria no Allianz Parque, que é o estádio do Palmeiras. “A produtora que estava organizando a nossa turnê chegou pra mim e explicou que o estádio não permitia que ninguém usasse camisa de nenhum outro clube que não fosse o Palmeiras, não importa se estivesse em cima ou de baixo do palco”, explicou o músico. Charles chegou a procurar seu advogado para contestar o contrato, mas optou por tomar outra atitude e subiu no palco com uma bandeira LGBTQIAPN+ no retorno da banda para o BIS. Segundo ele, a atitude teve grande repercussão nas redes sociais e serviu como apoio à diversidade.

Apesar de boatos sobre um possível novo reencontro da banda em 2027 para comemorar os 30 anos do “Titãs Acústico”, Charles Gavin não tem planos de voltar a tocar com os velhos amigos, mas garante que ainda tem fôlego e talento de sobra para dominar uma bateria.
A Rio Innovation Week acontece até o dia 15 de agosto no Píer Mauá. A programação completa está disponível no site oficial do evento.
Foto Capa: (imagem 1/reprodução/rolling stone brasil); (imagem 2: Luna Cofré)




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